A Delicadeza do Amor

Uma charmosa e envolvente história sobre a sutil construção de um amor

Verdadeiramente encantador do começo ao fim. Assim é o enredo delicioso e sublime de A Delicadeza do Amor (2011), dos irmãos franceses David e Stéphane Foenkinos. Baseado no romance “Delicadeza” (Ed. Rocco), de autoria do próprio David, o longa conta a história de Nathalie Kerr (Audrey Tautou), uma jovem que se torna depressiva e apática após a trágica morte de seu marido, François (Pio Marmaï), um homem bonito, inteligente e descolado. Antes, a doce Nathalie vivia um verdadeiro conto de fadas, com um casamento perfeito e momentos tão românticos, daquelas que chegam a provocar até uma “invejinha”.

Com essa reviravolta em sua vida, conhecemos uma nova Nathalie, agora sem rumo e sem esperanças, e que se dedica completamente ao trabalho como uma forma de esconder e se privar da dor que sente. A protagonista, então, ignora qualquer possível romance, passados três anos na trama, principalmente as investidas constantes de seu chefe.

Até que em um momento, de praticamente transe, ela beija sem nenhuma explicação um colega de trabalho, o sueco Markus (François Damiens). Este então um homem completamente inesperado: desajeitado, com suas roupas esquisitíssimas, e fora de qualquer padrão de beleza, com uma calvice precoce e barbudo. Além de não ser bem sucedido no trabalho.

A partir disso surge uma nova possibilidade de amor, que se constrói de uma forma tão delicada e com tantas minúcias, que não tem como não se envolver e se apaixonar pela história. Principalmente pelo antes desajeitado Markus se mostrar um homem completamente diferente, muito além das aparências, sendo engraçado, simpático e educado.

Aliás, umas das maiores pegadas do filme é a forma como seus personagens são tratados, com tantos detalhes e realismo. Como o encantador François Damiens torna a trama mais divertida e envolvente com sua atuação simplesmente perfeita. Ou ainda, pela bela e competente Audrey Tautou, com sua personalidade meiga.

Ainda há a bela Paris, como cenário desse sutil romance, que se encaixa perfeitamente na fotografia, repleta de minúcias e encantos. Além da trilha sonora, interpretada pela Émelie Simon, que casa perfeitamente com o enredo.

O longa, em geral, é de arrancar suspiros e brotar sorrisos em qualquer pessoa pela forma essencialmente humana que a trama traz a dor de uma perda e o recomeço de um delicado de novo amor.

Prepare a pipoca!